14/08/2008

Solidão

Um pássaro pousou no meu jardim, o pássaro da solidão. Ele me fez refletir sobre o que acontece realmente quando estou só (tenho um encontro com o meu eu). Sinto-me triste, mas minha tristeza não vem da solidão vem sim dos pensamentos que surgem. Percebo que a solidão tem sua beleza, como diria Rubem “não a beleza de uma sinfonia que para ser bela precisa ser tocada ate o final”, mas sim a beleza da ausência, do encontro com o que não se vê mas se sente. Sinto, sinto saudade do retorno da ausência, de algo que ficou na lembrança, como uma fotografia, um momento congelado na memória. Sendo assim considero a solidão minha amiga (me faz recordar). Ah! Lembrei-me de Nietzsche que tinha a solidão como companheira. Sozinho, ele tirava alegria de longas caminhadas nas montanhas, ouvia música e lia os livros que amava. Percebo então três companheiras na solidão, logo não estou só. Saudade, ausência, retorno, não sei... apenas me permito sentir saudade, perceber a ausência e retornar ao que passou. Fico eu aqui com minha solidão, esperando o pássaro ir embora. E se ele for? Não sei se quero que ele se vá.