21/10/2009

cantar e cantar e cantar!!!

"Cantar o que vivo, viver o que canto, viver cantando o que vivo é viver vivendo o que cantado"

22/06/2009


O que se pode ver naquilo que não se quer ver?
Talvez a verdade do que não se quer ser,
ou a dor do que se perdeu,
ate mesmo o olhar de quem disse
adeus.

04/06/2009

Palavras que fluem, que viajam,
palavras que passeiam por mim, palavras que saem de mim. Palavras que não se quer ouvir, mas que se fazem verdadeiras por dentro. Palavras que destroçam palácios, sonhos guardados.
Palavras que criam asas, que se transformam em um mar onde velejam barcos a deriva a procura do que achar. Ilusões, utopias, expectativas.
Palavras que procuram beleza, que fazem do belo tristeza e da tristeza beleza.
São palavras, a palavra, palavra que parte de onde saiu e vai para onde partiu
volta, da voltas, retoma, retorna.
Palavras, só palavras, lançadas, lanças jogadas.
Palavra que faz viver, palavra que faz morrer. É preciso morrer para viver? Viva!
Palavra viva, palavra eterna, perpetuando pela eternidade, por entre a idade, a eterna idade.
Palavra ao vento... palavras...não são apenas palavras.

23/05/2009

A caixinha, finalmente fim.

Já escuto o som da sinfonia, é bela, é rebuscada, é simples mas especial. Como pode ser uma sinfonia simples? É simples, ela só precisa ser apreciada pelo coração, pois apenas ele tem a capacidade de transformar algo complexo em simplicidade.
A minha caixa esta aqui, decidi que não mexerei nela por um longo tempo, prefiro esperar o canto, sim, o canto efêmero porem eterno, que me ajude a arruma-la na mais perfeita ordem.
A eternaidade, é nela que guardarei as mais belas canções que o canto cantar, por todo o canto ouvirei o canto do meu canto em sua perfeição, na união de cantos a cantar. Lembrei-me dos pinguins... engraçados... se encantam no canto.
O tapeceiro continua a tercer traços firmes e aos meus olhos irreais, mas no final, surpresa! A mais bela arte, a vida tecida em traços. Que belo. Mais belo ainda é saber que nao sou eu a responsavel pela tapeçarai, sou a obra cheia de idas e vindas que no final se transformará em eternidade, mas nao será eterno em uma imagem congelada, não... será eterno na memória, como diria uma grande amiga: "O que a memória amou, isso é eterno"

14/12/2008

A caixinha parte III

A caixinha (Parte III) Ainda não escuto o som da sinfonia, apenas o sussurrar da melodia da falta. Dei-me conta que em minha caixa não só há coisas a serem organizadas. Sinto falta de algo que desconheço. Como se pode sentir falta de algo que nunca se teve? La vem elas... intensas, fazendo o meu olhar torna-se rebuscado e confuso. O que vejo não é, mas
será... Sou tomada por uma melancolia inconstante, que se apodera de mim sem piedade, sem pedir-me licença. Não sei por que dói, queria não ouvir apenas falar, mas ela não me deixa, esta fixa na caixa e não quer sair, me diz que ela faz parte de tudo isso? Esse “isso” é o que não entendo; poderia ser diferente, por que não é diferente? O que esta subtendido dói e me dilacera, como um câncer tomando conta de tudo o que acha a sua frente. Vou tecer... é, como um tapeceiro, incansável e paciente sem perder o fio. E se tecer é começar, farei, mesmo perdendo o fio por minha inexperiência, ficarei em silêncio esperando minha vez, e mesmo que demore ou que não venha a ser, guardarei essa utopia dentro de minha querida caixinha, assim que eu a colocar em ordem, e depois de muito tempo á abrirei, não sei se pra arrumá-la, talvez só pra sorrir... ou esperar que elas venham mais uma vez intensas a rebuscar-me o olhar e com certeza mais cruéis, acusando-me do meu medo de não ter tentado. Continua...

15/11/2008

A caixinha (PARTE I) Todos nós temos uma caixinha. É! uma caixinha! nela guardamos muitas coisas, coisas que são só nossas. Valores, planos, sonhos, desejos, ta tudo lá guardado, no segredo, em secreto. E segredo tende a esta guardado, as vezes em caixinhas, as vezes no coração. Tenho segredos secretos em meu coração. Quero que continuem lá. A dor de mexer na caixinha é uma dor que produz algo bom. A dor traz coisas boas. Uma ostra feliz não produz pérola. A ostra pra criar uma pérola precisa da dor da areia que penetra nela. Beethowem com a sua dor criou sua mais bela sinfonia. A dor produz sinfonias. Quando escolhemos (re) organizar a nossa caixa, (escolhemos, pois poderíamos simplesmente deixá-la como esta) percebemos que algumas coisas não têm utilidade, não servem mesmo estando lá, só estão, inertes, sem utilidade. Retiramos tudo de dentro, colocamos algumas coisas de lado, pensamos, pensamos e recolocamos sonhos, desejos planos, ou primeiro os desejos depois os planos, valores, cada coisa em seus novos lugares. E vem a dor, pois percebemos que coisas que eram importantes não se encaixam mais em nossa caixa e as que estavam tomam novos lugares e tornam-se mais belas... Continua....
A caixinha (PARTE II) A beleza esta na ótica de quem vê. A beleza dos sonhos esta nos olhos do sonhador, do sonhador que sonha, que planeja, que deseja, que se esconde, que se revela. Revelar-se é perigoso, pois demonstramos quem realmente somos, sem máscaras, sem reservas. Mas a essência de revelar-se esta em poder ser quem realmente o que se é. Com os amigos podemos ser nós mesmos. (Já falei sobre isso) Caminhamos assim, sempre revendo nossa caixinha, abrindo-a quando necessário, observando o novo momento para desarrumá-la e organizá-la, mesmo que doa. A vida prossegue, se refaz e cabe a nós descobrimos sua beleza e vivenciarmos cada momento como único. O que ira nos ajudar a seguir será a consistência de nossos valores juntamente com o desejo de realizar sonhos, e desejar desejos. Essa é a beleza! Transformar algo efêmero em eterno, esculpido no “para sempre”, e para sempre é muito tempo; o tempo em sua velocidade não para, mas passa e com ele as oportunidades de nos refazermos. Preciso me refazer. Mais uma vez vou mexer em minha caixinha, repensar meus planos, relembrar os meus sonhos que se perderam com o tempo, me desfazer de alguns valores que a tempos atras achava-os importantes. Desfazer-me, é o que estou fazendo, irá doer, mas no final tudo se resumirá a beleza da pérola exibida ao som de uma bela sinfonia.

14/10/2008

Sobre amigos e árvores

Pensei em amizade, lembrei de uma estória, uma estória oriental que fala de uma árvore solitária que ficava no alto de uma montanha. Não tinha sido sempre assim. Em outros tempos a montanha estive coberta de árvores maravilhosas e altas, que os lenhadores cortaram e venderam. Mas aquela árvore era torta, não podia ser transformada em tábuas.Inútil para os seus propósitos, os lenhadores a deixaram lá. Depois vieram os caçadores das essências em busca de madeiras perfumadas. Mas a árvore torta, por não ter cheiro algum, foi desprezada e lá ficou. Por ser inútil, sobreviveu. Hoje ela está sozinha na montanha. Os viajantes se assentam sob a sua sombra e descansam. Que bela estória. Deparei-me com a seguinte conclusão: amigos são como árvores. Algumas vezes (que não são poucas) me vejo em determinadas situações que me levam a perceber que amigos são sim como árvores, vive mesmo de sua inutilidade... Eventualmente útil, mas no fundo não se torna amigo por isso, por ser eventual. Às vezes ele esta perto de você com sua inútil presença silenciosa tornando sua solidão um momento de comunhão. Fazendo pequenos instantes se tornarem mágicos, belos, únicos e verdadeiros. Outras vezes estão longe, na montanha, esperando que você se achegue e (re) encontre a sombra que um dia lhe protegeu do forte sol. Sol que racha, que queima, que marca. Na sombra de uma árvore nós dormimos, e muitas vezes temos belos sonhos. Com amigos sonhamos sem reservas, somos sem reservas, agimos sem reservas. Somos quem realmente somos. Que mágico... Sinto saudades. Logo percebo que tenho amigos...

21/08/2008

Proseando

Verdade do sertão: “Quem fica com raiva leva o outro pra cama”. Diz Rubem Alves que o ódio gruda mais que o amor. Engraçado? Pense... você ama... o amor nos deixa feliz, nos faz sonhar, nos faz dormir sorrindo, cola, fica, marca, eterniza. A raiva? Ah! Essa se deixarmos toma conta. Não nos deixa dormir, sonhar, descansar. Nos deixa triste. Estou com raiva e conseqüentemente levo todos os dias a pessoas que me aborreceram pra cama. Por esses dias li a seguinte frase: “ Há rostos sorridentes onde se escondem cobras”. Acabei descobrindo o contrario de amizade, nenhuma palavra se adequou como substantivo. Sem explicação. Lembrei de Judas, o discípulo. Ao refletir sobre isso dei-me conta que belos rostos não dizem absolutamente nada, que a ação de abraçar, muitas vezes é o ato de trair; que o aperto de mão que compartilha o suor, não compartilha a prática de amar. Descobri...(deveria ter feito isso antes ). Poderia continuar a sentir raiva, mas não quero ter q levá-los pra minha cama... afinal minha cama não é tão grande assim... Passa-se o tempo, a vida segue seu rumo ao desconhecido, compartilhamos novas experiências que no final irão nos provar se realmente aprendemos com o tempo ou não. Mas se cairmos é porque haverá possibilidade de levantarmos, e se levantarmos é porque alguém nos ajudou a levantar. O abismo se aproximou, não sabíamos (ou sabíamos?) que ele estava lá... simplesmente estava, caímos, nos seguramos em galhos e esperamos... esperamos... esperamos...

15/08/2008

Lembranças

O pássaro da solidão me trouxe a reflexão. Fez-me mexer na caixinha das minhas lembranças. Me dei conta de como a solidão se tornou minha amiga. Me fez recordar. Lembrei da minha infância, de quando tudo era mais colorido e belo. Quando papai chegava do trabalho com aquele cheiro que era só seu, cheiro que me traz o retorno da ausência; quando ele me colocava em seu colo e me chamava de sua princesa. Lembrei das brincadeiras, das bonecas, dos momentos; Recordei do gostinho do bolo de chocolate da minha mãe, de minha avó com seus lindos cabelos brancos me ensinando a orar. E como não lembrar dos meus irmãos me arrumando para ir à escola e fazendo do ato de pentear os meus cabelos “O Mundo de Sofia”! Naquele tempo as pessoas eram diferentes. Mas tudo não passa de lembranças, lembranças que estão guardadas em um lugar onde as coisas se tornam eternas. O tempo passa, a vida caminha em longos passos ao desconhecido. Amadureço, logo envelheço, e os momentos únicos da minha infância são projeções do que fui e o reflexo do que me tornei. Ainda não sei o que me tornei, vou pensar sobre isso. A chuva esta vindo, e junto com ela vem ventos de esperança; o céu esta cinza, mas é um cinza colorido de memórias. Vou retornar a minha solidão, mas não estou só. Paradoxo? Não... Apenas são.